O altruísmo humano é tão natural como um peixe a andar de bicicleta. Desde o início dos tempos que a selecção natural privilegia a mentira, o engano, a ilusão. Daí que seja tão difícil, utópico até, criar sociedades "perfeitas", em que vivamos em plena harmonia uns com os outros, como seriam os casos do Socialismo ou do Cristianismo. Somos, no fundo, uma cambada de sacanas, pois a pressão que os nossos genes exercem em nós para que os passemos à geração seguinte assim o modela. Para os nossos genes, há vantagens claras no engano e na traição (teoria do gene egoísta do Richard Dawkins).
Engane-se quem pense que isto é exclusivo dos humanos. Todo o mamífero que se digne tem o seu quê de comportamento egoísta. Os desgraçados dos naturalistas antigos é que ou não compreendiam esses comportamentos ou confundiam-nos com altruísmo. Vejamos a gazela de Thompson, por exemplo: este gracioso animal (imaginem que estão a ver o BBC vida selvagem), pasta em grupos alargados. Quando uma gazela avista por perto um grande predador da savana, como um leão, começa aos saltos como se não houvesse amanhã! Este comportamento (stotting), intrigou os cientistas e, inspirados pelas ideias antropocêntricas, positivistas, russeauianas, atribuíram àquele salto com as quatro patas no ar as características mais nobres possíveis - avisar as outras pobres gazelas para fugirem que anda um leão à solta. Ora mais altruísta que isto não pode haver! A nobre e briosa gazela chama a si todas as atenções, tornando-se um alvo fácil e dando a salvação a todas as outras. Aqui reside a beleza da natureza e a elevação de condutas do reino animal! Jesus Cristo na forma de gazela!
Claro que, quando a genética começou a tomar conta de tudo e quando começámos a olhar para a natureza do ponto de vista da teoria da optimização (todo o comportamento se mede numa relação de riscos/benefícios desse mesmo comportamento), e quando constatámos que o leão nem sequer ia atrás da gazela aos saltos mas sim das outras que começavam a fugir, vimos que a realidade não é tão cor-de-rosinha! Afinal a cabra da gazela, ao fazer o stotting, está a dizer ao leão: "vês como eu sou saudável e robusta? Vês como salto tão alto e tão bem? Não tens hipótese comigo, nunca me vais apanhar. Caça mas é as outras, as crias, os velhos, os doentes, porque assim não vais ter que correr tanto!"
Que isto sirva de lição para os meus leitores: quando virem alguém a praticar "o bem", desconfiem sempre. Essa pessoa ou é burra como um calhau ou anda a tramar alguma.
Engane-se quem pense que isto é exclusivo dos humanos. Todo o mamífero que se digne tem o seu quê de comportamento egoísta. Os desgraçados dos naturalistas antigos é que ou não compreendiam esses comportamentos ou confundiam-nos com altruísmo. Vejamos a gazela de Thompson, por exemplo: este gracioso animal (imaginem que estão a ver o BBC vida selvagem), pasta em grupos alargados. Quando uma gazela avista por perto um grande predador da savana, como um leão, começa aos saltos como se não houvesse amanhã! Este comportamento (stotting), intrigou os cientistas e, inspirados pelas ideias antropocêntricas, positivistas, russeauianas, atribuíram àquele salto com as quatro patas no ar as características mais nobres possíveis - avisar as outras pobres gazelas para fugirem que anda um leão à solta. Ora mais altruísta que isto não pode haver! A nobre e briosa gazela chama a si todas as atenções, tornando-se um alvo fácil e dando a salvação a todas as outras. Aqui reside a beleza da natureza e a elevação de condutas do reino animal! Jesus Cristo na forma de gazela!
Claro que, quando a genética começou a tomar conta de tudo e quando começámos a olhar para a natureza do ponto de vista da teoria da optimização (todo o comportamento se mede numa relação de riscos/benefícios desse mesmo comportamento), e quando constatámos que o leão nem sequer ia atrás da gazela aos saltos mas sim das outras que começavam a fugir, vimos que a realidade não é tão cor-de-rosinha! Afinal a cabra da gazela, ao fazer o stotting, está a dizer ao leão: "vês como eu sou saudável e robusta? Vês como salto tão alto e tão bem? Não tens hipótese comigo, nunca me vais apanhar. Caça mas é as outras, as crias, os velhos, os doentes, porque assim não vais ter que correr tanto!"
Que isto sirva de lição para os meus leitores: quando virem alguém a praticar "o bem", desconfiem sempre. Essa pessoa ou é burra como um calhau ou anda a tramar alguma.