terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Macaca Peculiar - parte II

Ao longo da nossa evolução, a fêmea humana foi-se dotando dos mecanismos que a tornam no animal mais dissimulado, enganador e maquiavélico de todos.

Apelo às mulheres que me lêem, que se refreiem de me esganar na rua e tentem analisar até ao fim esta série de artigos, pois como sabem, não estou aqui a fazer a reivindicação ideológica do machismo nem de coisa nenhuma, mas antes a esclarecer com conceitos biológicos o nosso comportamento. Doa a quem doer, a Biologia é a melhor forma de nos conhecermos a nós mesmos, mesmo que isso nos force a tomar consciência das nossas fraquezas e limitações. É, quanto a mim, o mais seguro passo para o desenvolvimento da tolerância e respeito mútuos.

Voltando à carga, algumas das alterações mais visíveis na mulher tiveram origem quando nos pusemos de pé e passámos a andar em duas patas (que, como já expliquei num artigo anterior, poderá ter acontecido porque precisávamos dos dois braços para transportar alimentos e crianças, ao contrário do que advogam as perspectivas clássicas, que era para ver por cima das ervas altas da savana). O facto é que, quando nos pusemos de pé, passámos a ver-nos de uma forma completamente diferente da dos nossos ancestrais: começámos a olhar-nos de frente. Isto alterou fortemente os sinais visuais que levam á cópula. Passo a esclarecer: os símios arborícolas, dos quais descendemos tal como os nossos familiares chimpanzés, gorilas e orangotangos, eram quadrúpedes e, como tal, durante o período reprodutivo, o macho abordava a fêmea por trás, pois é a forma natural dos quadrúpedes estabelecerem o contacto genital. Nestes animais, tal como nos quadrúpedes actuais, as nádegas e a vulva estão expostas, completa ou parcialmente visíveis, e servem de identificador visual para a excitabilidade do macho, incentivando o início da cópula. Acontece que, quando os nossos ancestrais evoluíram para a postura erecta e a locomoção bípede, a vulva passou a localizar-se em baixo e não atrás, e por isso escondida, e a própria posição da cópula passou a ser predominantemente frontal, perdendo as nádegas uma relativa importância de sinalização.

Em contrapartida, a fêmea humana sofreu uma evolução no sentido de desenvolver sinais de substituição dos primordiais: lábios carnudos a rodear a boca e mamas! Comparemos: os símios actuais que evoluíram a partir dos mesmos ancestrais que nós, ou seja, os chimpanzés, gorilas, orangotangos, apresentam todos lábios finos e as fêmeas não têm mamas como as nossas. Apenas glândulas mamárias que secretam e armazenam leite quando necessário. As mamas humanas são diferentes, pois a rodear as glândulas mamárias existe tecido adiposo que não tem qualquer função fisiológica senão a de dar a conhecida forma redonda. As mamas têm, assim, uma função meramente estética: são nádegas de substituição! Tal como os lábios são vulvas de substituição também.

Entendido isto, não parece difícil compreender a fixação do macho humano pelas nádegas, mamas e por lábios femininos carnudos. São as principais características físicas que os homens valorizam numa mulher no momento de prenderem a sua atenção, e são os principais alvos de cirurgia estética: botox, implantes mamários, remodelação dos glúteos. Tudo para que a fêmea se torne mais apetecível aos olhos do macho.

2 comentários:

EmanuelCB disse...

Muito interessante, sem dúvida. Mas parece-me que isto tudo acaba por provar que o poder de escolha e decisão está no homem e não na mulher lol
Então se a mulher evoluiu no sentido de arranjar mil e uma artimanhas para ser a escolhida do homem e não tendo o homem evoluído no sentido de ser escolhido pela mulher (a nossa cara não lembra órgãos genitais por ex.), no fundo o poder de decisão está no homem. A mulher é a escolhida e tem que fazer tudo por tudo para que o homem decida escolhê-la. Isto é o contrário do que acontece noutras espécies em que é o macho que inventa mil e uma estratégias de demonstração de virilidade para ser o escolhido da fémea. O que me leva a ver com maus olhos o que acontece com o homem moderno, que também ele procura cada vez mais estratégias de embelezamento e de conquista. lolol Estaremos, agora sim, a começar a dar o poder de escolha à mulher?

Pessoal, chega de mariquices, está na hora de voltarmos a ser porcos, sujos e maus! :P

Rui Valdiviesso disse...

Ehehe! Parece fazer sentido, sim senhor. Aliás, numa parte mais à frente, falo exactamente dessas estratégias do homem, que apenas começaram a surgir recentemente.
No entanto, é mesmo a mulher que escolhe, embora dê a ilusão ao homem que ele é que tem o domínio da coisa. As artimanhas evoluíram para sinalizar a cópula e chamar a atenção ao homem escolhido.
Se prestarmos mais atenção aos rituais de acasalamento humanos, são os homens que tomam a iniciativa e rodeiam as fêmeas, mas são elas que decidem sempre.